A verdadeira educação não se limita a ser corretiva ou reparadora, mas oferece respostas antecipadas aos inconvenientes que a descarga desinformativa faz chegar aos filhos pelos diferentes meios de comunicação, ambiente escolar, amizades, relações sociais.
Já não basta apenas o bom senso para educar bem: é necessário que os pais se preparem com leituras adequadas para atuar na prevenção, pois esta tem caráter proativo ao possibilitar a identificação antecipada dos fatores de riscos ou condutas impróprias: falta de comunicação com os pais, fracasso escolar, tabagismo, alcoolismo, preguiça e acomodamento, drogas, sedentarismo, bullyng escolar, desrespeito à autoridade, vício em telas digitais, namoro precoce, etc.
Todos presenciamos apenados situações tristes de jovens mergulhados em adições difíceis de extirpar, e nos perguntamos por que isso aconteceu. Não basta deixar correr o tempo da infância, adolescência e juventude para os filhos darem certo na vida. É necessário que cada etapa da vida deles seja um aprendizado para o período seguinte. Pais criativos atuam preventivamente para evitar comportamentos inadequados. Por exemplo, para contornar o vício das telas digitais incentivam os filhos desde a primeira infância a fugir do sedentarismo com brincadeiras ao ar livre, leem contos para eles se divertirem e se interessarem pela leitura, fomentam jogos de mesa e quebra-cabeças para esquivá-los da passividade e preguiça mental fomentada pelas telas digitais, atribuem encargos no lar para que se sintam membros da equipe que deixa a casa limpa e harmoniosa…
Nas diferentes fases da infância e da adolescência ocorrem alterações psicofísicas que exigem modos adequados de aproximação, evitando sempre a superproteção. A primeira infância é o melhor período para o fomento de bons hábitos, que logo se transformam em virtudes (ver o boletim “Hábitos de ordem nas crianças de 1 a 3 anos). Autodomínio, temperança, estudo e laboriosidade, gosto pela leitura, disciplina, entre outros, devem ser fomentados o quanto antes, e à medida que a criança passe a ter mais compreensão. Na adolescência ocorre o desejo de independência para a autoafirmação, atração pelo sexo oposto, abandono dos hábitos infantis e abertura para novos interesses… Os pais necessitam ler sobre os temas imprescindíveis para ajudar nessas etapas: educação da sexualidade, formação do caráter e temperamento, transmitir valores ou modelos de conduta que iluminam a inteligência para grandes ideais, fortalecimento da vontade, educação dos afetos, a importância da literatura na formação humanística, virtudes humanas, entre outros. Todos esses temas estão abordados em nossa Boletins por temas.
Quanto à educação da sexualidade, deve ser oferecida desde as primeiras idades, logicamente atendendo à capacidade de compreensão da criança. O boletim “Filhos: informação sexual” oferece modos de abordagens para cada idade, evitando que os pais cheguem atrasados e os filhos recebem má orientação de professores, amigos ou mídias digitais. O que dizer à filha de 13 anos que pretende namorar? Nossos boletins oferecem alguns argumentos para explicar a ela que a partir da puberdade, ou mesmo antes, as adolescentes sentem forte atração pelos meninos e surge nelas a vontade de agradá-los. A mãe poderá dizer à filha que ela é ainda muito jovem para namorar, e que a força do amor que sente agora a preparam para que se torne em breve uma mulher segura e equilibrada. Porém, neste momento seus sentimentos ainda não estão amadurecidos, e não bastam os vigores instintivos ou sentimentais para acertar no amor e ser feliz, sendo necessário atuar com inteligência para avaliar todos os aspectos que estão em jogo:
− Filha, Deus fez surgir em você forças de afeto e carinho para que aprenda a dominá-las e não seja subjugada por elas, pois os sentimentos são muito flutuantes, indo e voltando o todo tempo. Você mais adiante utilizará essas forças para um projeto mais sério, e não para um mero passatempo com um garoto que mal sabe o que quer da vida, com o risco de ter com ele tristes experiências que roubarão o melhor de você. O namoro não está feito para passar o tempo, mas para conhecer a outra pessoa (caráter, temperamento, ideais, virtudes), e ter certeza de que os dois poderão unir suas vidas em função de um projeto comum, que é o grande ideal de montar uma família e ter filhos. Porém, agora, você deve se preparar para crescer em muitos aspectos, estudar, ler livros de literatura para aprofundar com os bons autores no conhecimento da alma humana, crescer no amor a Deus para respeitá-Lo e respeitar-se. Antes de pensar em namoro, estude e prepare-se para uma profissão, que será um serviço aos demais pela aplicação de suas qualidades pessoais, que você deve descobrir e desenvolver. Você agora está em tempo de amadurecimento, como que preparando a boa terra para dar bons frutos na época certa. Além disso, a experiência revela que os adolescentes não são muito fiéis aos seus compromissos, e logo abandonam suas namoradas ao encontrar outra mais bonitinha. Sei que não é isso que você quer. A amizade é uma coisa boa e bela e você talvez me pergunte se pode ter como amigo um rapaz. Não há mal nisso, mas quando você notar que sente por ele − e ele por você − algo mais do que amizade, será bom reavaliar o trato com ele. Quando ele se aproximar de você e disser que é bonita e tentar beijá-la, isso já é mais do que uma simples amizade, então deve se afastar desse relacionamento.
Para facilitar aos pais o conhecimento desses temas, a fim de atuarem preventivamente e oferecer respostas esclarecedoras aos filhos, reiteramos a sugestão de ler os textos curtos e de fácil leitura em: https://www.ariesteves.com.br/boletins-por-temas/
Texto de Ari Esteves para o site www.ariesteves.com.br. Imagem de Yan Krukau